FAstFood parte II
Sei que este post ficou em aberto por muito tempo, mas irei concluir o raciocínio. Falávamos de CONDIÇÕES de trabalho. Bem nunca trabalhei em shopping, e até tenho medo de pegar um shopping. Explico: A rotatividade é grande, a cozinha minúscula, a carga de trabalho é muito maior. O stress também. O salário e os benefícios são poucamente maiores.
Vejo a cara de apatia dos “gerentes” dos fast foods. É bastante preocupante. Acredito que eles são mais novos que eu. Mas tem que usar uma camisa curta branca com uma gravata preta. Botar ordem no confuso mundo de pedidos. Gritar e esbravejar para de fora para dentro do balcão que separa a cozinha do atendimento. Parece que são meninos que tem que envelhecer rapidamente. Como uma pessoa que parece tão desajeitada dentro daquela camisa pode por ordem entre comensais famintos de um lado e cansados trabalhadores?
Olhando pelas frestas da “boqueta”, vejo meninos e meninas (as vezes me questiono se é trabalho infantil, mas sei que são todos maiores de 18). Com cara de sono e igualmente apáticos.
Quando vou embora, muito alem das 22h. pego ônibus com algum destes sortidos profissionais. E ouço a conversa, não por deselegância minha, mas não sou eu que estou falando para o ônibus inteiro, deles. E analiso. Como me faz falta conversar sobre meu universo fora da cozinha. Todos os profissionais só falam da mesmas coisas: de como seus respectivos chefs e colegas são traiçoeiros, preguiçosos e de índole d
uvidosa ou de pedidos que deram errados por uma culpa que os isentem. Salvo por algum incidente que ocorra no ato da conversa, como policia, ônibus lotado, vendedores de canetas ou drogados pedintes. Agora entendo por que nossa classe ganha tão mal no país. Conheci poucos profissionais que conseguem dialogar sobre uma vida fora da cozinha. Afinal o profissional é uma armadura, o que tem dentro dela é que trabalha. Explicarei em um outro post. Mas como disse, gosto destes sanduíches, não é uma critica aos restaurantes.
Mas afinal, este post é uma critica há estes sofríveis profssionais? Não apenas uma constatação de que esta profissão ainda é dolorida. Chegaremos em alta gastronomia mais tarde!
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